quarta-feira, 4 de abril de 2012

Joca


Na noite
Tudo do mesmo...
A alma encurtada
Estupor...
Sono profundo

Vislumbro
Um raio lustroso
A se lançar
Inteiro
Em minha direção
Aninho no colo
Seu coração a explodir

Beijos
Incivilizados
desalinham
a composição...
os cabelos...
a gravidade...

Torvelinho terno
Invade
Sem-vergonha e
Sem fim

Implorar e doar
Mesclam-se
Irrestritamente

Gracioso,
rasga
minha seriedade
qual roupa incômoda e
me convida a dançar

À vida, alegria e confiança.
Volto ao Centro risonha,
Sentindo seu focinho
procurando minha boca

Obrigada por seu amor, cão redentor!

Gashô


A partícula de Deus

Gashô,
meu amado,
...
Agora vem...
Abandone o zazen
ou...
encaixe-me sobre o regaço seu
quando formos Um,
tu e eu
o que os cientistas perseguem,
já teremos encontrado...
Namastê!

Desorden


Revueltas
las alfombras, almohadas
Migas por toda parte!
El pajarito madrugador
cantando en inédito rincón...
De noche, blackout!
El orden está perdido…suspiro!

Has llegado
Huracán
como un niño, un cachorro
entreteniéndose
dondequiera,
con una hormiga, canción o sartén.

Me rio de tus travesuras
del caos creador
Y decreto el fin
del control, de la armonía bella y estéril
Cuando me visitas por acá
Preparandome plato de improviso...
subvertiendo mis arreglos
me nutres con ideas y disfrutes...

Tu desorden
es Vital
Tu despreocupación
puro abandono
Eres delirante oxigeno
trás la hipoxia
de la previsibilidad
Precioso Huracán,
Invitas mi Alma a volar!






Agulhas


Agulhas
Profiláticas
Instilam
Nutrem
Escoam
Abrem espaço
Para dar e receber
Geram caminhos
Movimentos...
Doações e
Acolhimentos
a conta gotas
Ou borbotões

Agulhas
Ofídicas
mimoseiam
peçonhas
homeopáticas
transmutam
alquímicas
as paisagens
Interiores
Chumbo em ouro...
A kundalini?

Porém
Agulhas Rosáceas
Invencíveis
guardam
Roseta coronária
Que cativa, imantada
mas
não deixa-se tocar...
qual
terno e assustadiço
ouriço:
não oferece
nem regala-se
um abraço...
afago...
Um caminho!

90


Maquiada,
Vestida
Para matar
(a vontade)
Ou morrer...

Abandona
destemida
O conhecido
Que seus olhos
Obscurecidos
Reconhecem...
O apartamento
tornara-se pequeno para
os desejos de sua Alma

Atenta à luz verde para
Cruzar 6 faixas...
Atônita
Com a rapidez
Da cidade
Ensaia o primeiro
passo

Quando uma voz lhe
Oferece ajuda...
E qual filhote
Salvo do mundo que não compreende
(e vice-versa)
agarra-se ao braço
amigo:
bóia no mar
prece atendida
anjo que se substancia

E caminha, agradecida
tateando o
caminho
“Quero ir comer um docinho!”...
diz ela, com um leve sorriso
desafiando a Fé e a Providência
ou ensinando isso mesmo!