segunda-feira, 26 de março de 2012

Troca de presentes




Ela chega marota, dizendo que tem um presente para mim. Sorrio e me junto a ela, a deliciar-me com sua irreverência que não causa mal algum. Também lhe trouxe um presente. Lembretes do pensamento em comunhão, em alguma esquina, em algum momento.

Diz que trouxe um queijo minas. Não qualquer um. Aquele. Aquele que gosto tanto. O melhor de todos. Aquele que se encontra a algumas centenas de quilômetros daqui. Fico imensamente feliz. Sinto que meu pedido de perdão (a Deus) foi ouvido. Ela já me presenteara outro, que ficou esquecido e perdi...Não cuidar bem de um presente da mãe/do Universo pode ser sinônimo de danação, pecado, ou – mais recentemente – processo terapêutico. Três sessões por semana! Que alívio! O Criador me manda um novo presente. Acha que aprendi a lição. Concordo.

Não demoro a retribuir: consegui o batom que ela gostou. Aquele, que está difícil de encontrar. Ela adora e agradece. Percebo que fica ainda mais contente quando lhe digo que comprei um igual. Comunhão de batons, além de comunhão de afeto!

Ponho-me a pensar risonha, no simbólico dos respectivos presentes especiais. Faz sentido: ela ainda me dando leite, da forma que uma mulher de quase 50 deveria tomar. Eu dando-lhe um pouco de “falo”, revestido de feminilidade. Um “falozinho” cor de rosa, porém um objeto de poder, mesmo assim. Um pouco da minha energia masculina, que “batalha”, se coloca no mundo, transita no mundo racional, objetivo, e às vezes perverso, do trabalho. Um singelo incentivo para que busque suas coisas, sua autonomia. Não precisa viver isso através de mim.

Agradeço-lhe por todos os ˜leitinhos, que ajudaram a me tornar quem sou, apesar de nascida com um quilo e meio e sem muita vontade de ficar por aqui!

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